LULA PRESSIONA
MINISTRO DO STF PARA ADIAR JULGAMENTO DO MENSALÃO
É nitroglicerina pura a reportagem de Rodrigo Rangel e Otávio Cabral
publicada na VEJA que começou a circular. Ela conta a história de um encontro
entre Lula e Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), no
escritório de advocacia do ex-ministro Nelson Jobim.
Foi em Brasília no dia 26 de abril último.
- É inconveniente julgar esse processo agora - disse Lula a Gilmar a
propósito do processo do mensalão. São 36 réus - entre eles o ex-ministro José
Dirceu, que segundo Lula contou a Gilmar, "está desesperado".
Em seguida, Lula comentou que tinha o controle político da CPI do
Cachoeira. E ofereceu proteção a Gilmar. Garantiu que ele não teria motivo para
preocupação.
- Fiquei perplexo com o comportamento e as insinuações despropositadas
do presidente Lula - comentou Gilmar com a VEJA.
Lula foi adiante em sua conversa com Gilmar:
- E a viagem a Berlim?
Nos bastidores da CPI corre a história de que Gilmar e o senador
Demóstenes Torres teriam viajado juntos a Berlim com despesas pagas por
Cachoeira.
Gilmar confirmou o encontro com Demóstenes em Berlim. Mas respondeu que
tinha como provar que pagou as próprias despesas,
- Vou a Berlim como você vai a São Bernardo do Campo - afirmou Gilmar se
dirigindfo a Lula. Uma filha de Gilmar mora em Berlim.
Constrangido, Gilmar aconselhou Lula:
- Vá fundo na CPI.
Na cozinha do escritório, onde Lula comeu frutas, Gilmar ainda ouviu ele
dizer outras coisas. Por exemplo: que encarregaria Sepúlveda Pertence,
ex-ministro do STF, de convencer a ministra Carmem Lúcia a deixar o julgamento
do mensalão para 2013.
Pertence foi o principal padrinho da indicação de Carmem Lúcia para o
STF.
- Vou falar com Pertence para cuidar dela - antecipou Lula.
Estava aflito com a situação de Ricardo Lewandowski, lembrado por dona
Marisa para a vaga que hoje ocupa no STF. Amigo da família da ex-primeira-dama,
Lewandowski é o ministro encarregado de revisar o processo do mensalão relatado
por seu colega Joaquim Barbosa.
- Ele (Lewandowski) só iria apresentar o relatório no semestre que vem,
mas está sofrendo muita pressão [para antecipar] - revelou Lula,
Joaquim Barbosa foi chamado por Lula de "complexado". Lula
ainda se referiu a outro ministro - José Dias Tófili, ex-Advogado Geral da
União durante parte do seu governo e ex-assessor de José Dirceu na Casa Civil.
- Eu disse a Tófili que ele tem de participar do julgamento - disse
Lula.
Tófili ainda hesita.
Se o julgamento do mensalão ficasse para 2013, seu resultado não seria
contaminado "por disputas políticas", imagina Lula. O que ele não
disse: nesse caso, os ministros Ayres Britto e Cezar Peluso já estariam
aposentados. Os dois parecem ser favoráveis à condenação de alguns dos réus.
Caberia a Dilma nomear seus substitutos.
Gilmar Mendes contou seu encontro com Lula a dois senadores, ao
Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, ao Advogadfo Geral da União e ao
presidente do STF, Ayres Britto. Que disse à VEJA:
- Recebi o relato com surpresa.
Jobim, confirmou o encontro em seu escritório, mas se negou a dizer o
que por lá foi discutido.
A VEJA tentou ouvir Lula antes de publicar a reportagem. Sua assessoria
informou que ele não falaria.
Recentemente, Lula mandou avisar a Ayres Britto que precisa se reunir
com ele.
Lembre-se
sempre:
"Embora
ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode
começar agora e fazer um novo fim".
Esta é
uma comunicação oficial do Em Direita Brasil. Reenvie imediatamente esta
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