quarta-feira, 7 de setembro de 2011


Brasileiros organizam nas redes sociais o 'Dia da Indignação'

4 de setembro de 2011 às 10:37
Na internet, cidadãos se articulam para reagir, no Sete de Setembro, contra o mar de corrupção que inunda o país
POR OSWALDO VIVIANI
No último dia 7 de julho, o correspondente no Brasil do jornal espanhol El País indagou, num artigo brilhante: “Por qué Brasil no tiene indignados?” (veja na íntegra nesta página). Arias não entendia a razão de os brasileiros – diante de um mar de corrupção, principalmente na esfera política – não ocuparem as ruas e praças do país para protestar contra os desmandos. “O país está calado diante da corrupção. Os únicos capazes de levar para a rua até 2 milhões de pessoas são os homossexuais, os seguidores das igrejas evangélicas e os que pedem a liberação da maconha”, escreveu o jornalista espanhol.
No próximo dia 7 – exatamente dois meses após a publicação do artigo do perplexo Juan Arias –, os brasileiros devem mostrar que não estão tão apáticos assim em relação aos escândalos de corrupção em série no país, que envolvem políticos, em especial, mas também atingem empresários e banqueiros.
Pelo que se vislumbra nos protestos marcados nas redes sociais da internet – adotadas definitivamente pelos “conspiradores” do século 21 –, o Dia da Independência vai virar “Dia da Indignação”.
Centenas de manifestações no Sete de Setembro estão sendo articuladas no Facebook, a rede preferida dos “revoltosos”. Somados, os internautas que traduzem sua indignação no Facebook passam de 100 mil, sinalizando que muitos dos que antes apenas se expressavam irritados, nas áreas nos sites destinadas aos comentários das notícias sobre corrupção, agora mostram disposição em partir para ações mais efetivas de combate aos corruptos.
Veja o calendário dos protestos marcados em todos os 26 estados, mais o Distrito Federal, em: http://brasilmaisetico.wordpress.com/calendario-geral-de-manifestacoes/
No Maranhão, as manifestações estão sendo articuladas em:
NASRUAS.MA (Twittter); https://www.facebook.com/groups/nasruas.ma (Facebook); e http://www.whatis-theplan.org/t3537-rmaranhao-ma (Forum).
Principais protestos – A voz rouca dos indignados organizados na internet será ouvida, por exemplo, na “Marcha Contra a Corrupção em Brasília”, que já tem quase 15 mil adesões no Facebook.
“A absolvição da deputada Jaqueline Roriz [PMN-DF, flagrada num vídeo, em 2006, recebendo R$ 50 mil do “mensalão” do DEM para o caixa 2 de sua campanha eleitoral], fez o nosso movimento explodir. Sabemos que nem todos os que confirmaram presença vão poder ir, mas esperamos reunir pelo menos 10 mil pessoas no protesto”, disse o empresário Walter Magalhães, de 28 anos, que com mais duas amigas organiza a marcha em Brasília – que pretende ser pacífica e apartidária.
Os participantes da marcha devem se reunir às 9h do dia 7 de setembro no Museu Nacional. A ideia, segundo os organizadores, é seguir em passeata até o mais próximo possível do palanque onde ficarão os políticos que vão assistir à parada militar.
Já o movimento “O Brasil de Luto – Reação contra a Corrupção” –, que contava até ontem (3) com mais de 20 mil adesões de vários estados do país, pede que toda a população se vista de preto ou com nariz de palhaço no Sete de Setembro para mostrar sua indignação contra os corruptos e a impunidade no país.
“Todo escândalo mexe com a nossa vontade de reagir. Nosso movimento cresce no ‘boca a boca’. Mais de 80 mil pessoas receberam convites do protesto pelo Facebook”, informou a empresária Ilze Papazian, de 44 anos, organizadora do protesto.
Outra “conspiração” em andamento no Facebook é o movimento “Todos Juntos contra a Corrupção”, que já conseguiu mais de 20 mil confirmações de presença para o ato de protesto no dia 20 de setembro, na emblemática Cinelândia, no Rio de Janeiro.
São Paulo também dirá não à corrupção, com nada menos do que quatro atos de protesto no vão do Museu de Arte (Masp), na Avenida Paulista. Num deles, desfilará a escola de samba “Unidos Contra a Corrupção”. Prevê-se o comparecimento de 18 mil pessoas nas manifestações paulistanas.

EMBLEMAS DA CORRUPÇÃO*

Políticos, empresários e banqueiros acusados de práticas antiéticas ou ilegais brotam da terra no Brasil, mas alguns deles viraram emblemas nacionais da corrupção impune. Veja quais são:
JOSÉ SARNEY
Uma tempestade de denúncias de corrupção desabou, em 2009, sobre o presidente do Senado brasileiro José Ribamar Sarney de Araújo Costa, o José Sarney (PMDB-AP), de 81 anos, maranhense, ex-presidente da República (1985 a 1990). Mas o “homem incomum”, conforme o classificou o ex-presidente Lula, sobreviveu ao temporal e manteve seu poder em Brasília. Em agosto de 2009, foram arquivadas pelo Conselho de Ética do Senado, presidido por um aliado do acusado, nada menos que 11 denúncias protocoladas contra Sarney. As principais delas: os atos secretos, muitos deles favorecendo parentes do senador e de aliados; supostas irregularidades na Fundação Sarney; negócios de um neto do presidente do Senado com crédito consignado; uma mansão não declarada à Justiça Eleitoral; e um assessor [Aluísio Mendes] que teria usado o prestígio junto à Polícia Federal para obter informações privilegiadas para Fernando Sarney, filho do senador, investigado pela PF;.
No mês passado, o “honorável” foi pilhado usando um helicóptero do governo do Maranhão (chefiado por sua filha Roseana Sarney) para ir a passeio até sua ilha particular, Curupu, localizada no município de Raposa (vizinho a São Luís).
JAQUELINE RORIZ
Deputada e empresária do ramo agropecuário, Jaqueline Maria Roriz (PMN-DF), de 49 anos, foi absolvida no plenário da Câmara no dia 30 de setembro, onde respondia a processo por ter sido flagrada em vídeo de 2006 recebendo dinheiro de Durval Barbosa, delator do “mensalão” do DEM. A deputada admitiu que o dinheiro seria destinado ao “caixa 2” de sua campanha eleitoral. Jaqueline é filha de Joaquim Roriz, ex-governador do Distrito Federal, impedido de participar das eleições de 2010 por ser “ficha suja”.
FERNANDO SARNEY
Filho de José Sarney, o empresário Fernando José Macieira Sarney, 55 anos, é um dos donos do Sistema Mirante de Comunicação – que inclui a TV Mirante, filiada da Rede Globo no Maranhão.
Investigado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal em 2008, na operação “Boi Barrica” (rebatizada “Faktor”), Fernando foi acusado de chefiar uma organização criminosa que sangrava recursos federais em empresas ligadas aos ministérios dos Transportes e de Minas e Energia. A PF e o MPF também encontraram irregularidades e fraudes nas empresas do Grupo Mirante e no evento Marafolia (carnaval fora de época).
Fernando teve sua prisão pedida pela PF, mas nunca foi preso, sendo indiciado por cinco crimes: formação de quadrilha, gestão de instituição financeira irregular, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
FERNANDO COLLOR
Eleito presidente da República em 1989, o ex-governador de Alagoas Fernando Affonso Collor de Mello, de 61 anos, renunciou ao cargo em 2 de outubro de 1992, pressionado por manifestações populares – como a dos estudantes “caras pintadas” – e pelo processo de seu afastamento (impeachment), levado a cabo no Congresso Nacional. Contra Collor pesavam sérias denúncias de corrrupção, envolvendo tanto ele como o tesoureiro de sua campanha, Paulo César Farias, o “PC”. Collor ficou inelegível por 8 anos (até o final de dezembro de 2000), mas em 2006 elegeu-se senador pelo PRTB alagoano, cargo que ainda ocupa, agora pelo PTB.
JOSÉ DIRCEU
Para o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, José Dirceu de Oliveira e Silva, de 65 anos, ex-chefe da Casa Civil (2003 a 2005) do governo Lula, é o “chefe da quadrilha do mensalão” – esquema de compra de votos de parlamentares da base em troca da aprovação de projetos encaminhados pelo governo Lula ao Congresso Nacional. Gurgel pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a condenação de Dirceu e mais 35 réus da ação penal referente aos crimes do “mensalão”. Apesar disso, o “quadrilheiro” José Dirceu segue tendo enorme poder em Brasília, despachando num hotel luxuoso com ministros e políticos, mesmo não ocupando nenhum cargo no governo federal. No encontro do PT que está sendo realizado em Brasília desde sexta-feira (2), Dirceu foi alvo de elogios rasgados tanto do ex-presidente Lula como da atual, Dilma Rousseff.
SALVATORE CACCIOLA
Ex-dono do falido banco Marka, o ítalo-brasileiro Salvatore Alberto Cacciola, de 67 anos, nascido em Milão, foi condenado no Brasil a 11 anos de prisão por crimes contra o sistema financeiro (peculato e gestão fraudulenta de instituição financeira). Ele causou um rombo aos cofres públicos de R$ 1,5 bilhão, vendendo dólares abaixo da cotação de mercado, após o Marka ter sido socorrido pelo Banco Central em 1999. Em 2000, Cacciola fugiu para a Itália e ficou lá até ser preso pela Interpol em 2007. Em 2008, foi extraditado para o Brasil, cumprindo pena no complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu (Rio de Janeiro). Foi solto em 25 de agosto passado, depois que a Justiça fluminense concedeu sua liberdade condicional.
(*) Não ‘biografados’, por falta de espaço: Paulo Maluf, Jader Barbalho, Daniel Dantas, Zuleido Veras, Antonio Palocci, Wagner Rossi, Alfredo Nascimento, Eike Batista, Silas Rondeau, Ulisses Assad, Astrogildo Quental, Waldez Góes e um extenso etc.
Por que o Brasil não tem indignados?
JUAN ARIAS*
Do El País


O fato de que em apenas seis meses de governo a presidente Dilma Rousseff tenha demitido dois de seus principais ministros (o da Casa Civil, Antonio Palocci, uma espécie de primeiro ministro, e o de Transportes, Alfredo Nascimento), herdados do governo de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, demitidos sob os escombros da corrupção política, pode-se perguntar aos sociólogos por que neste país, onde a impunidade dos políticos corruptos sedimentou a idéia de que “todos são uns ladrões” e que “ninguém vai para a cadeia”, não exista o fenômeno, hoje em voga em todo o mundo, do movimento dos indignados.
É que os brasileiros não sabem reagir diante da hipocrisia e falta de ética de muitos dos que os governam? É que não lhes importa que os políticos que os representam, no Governo, no Congresso, nos estados ou nos municípios, sejam descarados sabotadores do dinheiro público? Isso se perguntam não poucos analistas políticos.
Nem sequer os jovens, trabalhadores ou estudantes têm apresentado até agora a menor reação diante da corrupção dos que os governam. Curiosamente, a mais irritada diante do assalto aos cofres públicos por parte dos políticos, parece ser a primeira presidente mulher, a ex-guerrilheira Dilma Rousseff, que demonstrou publicamente seu desgosto pelo “descontrole” em andamento em áreas de seu governo. A presidente já retirou de seu governo – diz que ainda não terminou a limpeza – dois ministros chaves, com o agravante de que foram herdados de seu sucessor, o popular Lula, que lhe pedira para mantê-los no governo.
Hoje a imprensa diz que Dilma começou a desfazer-se de certa “herança maldita” de hábitos de corrupção do passado. E por que não provoca eco nas pessoas na rua, ressuscitando aqui também o movimento dos indignados? Por que não se mobilizam as redes sociais?
O Brasil, depois da ditadura militar, saiu às ruas inspirado pela marcha das “Diretas já”, para pedir a volta das urnas, símbolo da democracia. Também o fez para obrigar ao ex-presidente Fernando Collor a deixar seu cargo diante das acusações de corrupção que pesavam sobre ele. Mas hoje o país está calado diante da corrupção em andamento. Os únicos capazes de levar para a rua até 2 milhões de pessoas são os homossexuais, os seguidores das igrejas evangélicas e os que pedem a liberação da maconha.
Será que os jovens não têm motivos para exigir um Brasil não somente cada dia mais rico (ou menos pobre, pelo menos), mais desenvolvido, com maior força internacional, se não também menos corrupto em suas esferas políticas, mais justo, menos desigual, onde um vereador não ganhe até dez vezes mais que um professor e um deputado cem vezes mais, onde um cidadão comum, depois de 30 anos de trabalho, se aposente com 650 reais (400 euros), enquanto um funcionário público com até 30 mil reais (13 mil euros)?
Em breve o Brasil será a sexta maior potência econômica do mundo, mas no momento é o mesmo em desigualdade social e na defesa dos direitos humanos. Entretanto, trata-se de um país onde não se permite à mulher abortar, o desemprego de pessoas de cor alcança uns 20% - contra 6% de brancos – e a polícia é uma das mais violentas do mundo.
Há quem justifique a apatia dos jovens pelo fato de que uma propaganda bem-sucedida os convenceu de que agora o Brasil é invejado por todo o mundo (e é em outros aspectos). Ou que a saída da pobreza para 30 milhões de pessoas tem levado a acreditar que tudo está bem, sem compreender que um cidadão da classe média europeia equivale mesmo hoje a um rico daqui.
Outros justificam pelo fato de os brasileiros serem gente pacífica, pouco dada a protestos, e que gosta de viver feliz com o que tem e que trabalha para viver, em vez de viver para trabalhar. Tudo isso também é certo, mas não se explica ainda por que, em um mundo globalizado, onde se conhece no mesmo instante tudo o que acontece no planeta, começando pelos movimentos de protesto de milhões de jovens que pedem democracia ou a acusam de estar degenerada, os brasileiros não lutem para que o país, apesar de ser mais rico, também seja mais justo, menos corrupto, mais igualitário e menos violento em todos os níveis.
Assim é o Brasil que os honestos sonham deixar para seus filhos, um país onde as pessoas, no entanto, não perderam o gosto de desfrutar do pouco ou muito do que tem e que seria ainda melhor se surgisse um movimento de indignados, capaz de limpá-lo das sujeiras da corrupção, que agridem todas as esferas do poder.
FONTE: www.jornalpequeno.com.br

Bandidagem sindical

Tiros, pancadarias e vandalismo. ISTOÉ revela a violência da disputa entre as centrais de trabalhadores e os bastidores da luta por recursos públicos e poder. É a nova face do sindicalismo

Pedro Marcondes de Moura e Cláudio Dantas Sequeira

Sequência de vídeos mostra a escalada de violência no sindicalismo paulista. Há cenas de pancadaria, derrubada de portões, correria, uso de fogos como arma e até disparo de revólver diante de sedes em São Paulo, Osasco e Jundiaí :
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CORONHADAS E DISPAROS
Presidente do Sindicato dos Marceneiros foi espancado por adversários (acima) e,
na sede do Sindicato dos Químicos, segurança encara invasores com pistola (abaixo)
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Três episódios recentes e emblemáticos ilustram estas páginas. No alto, à esquerda, está estampada a foto de Edson Matias, presidente do Sindicato dos Marceneiros de Taboão da Serra (SP). Dizer que sua imagem é um retrato da nova face do sindicalismo brasileiro poderia soar como um trocadilho de mau gosto. Infelizmente, trata-se da simples expressão de uma verdade. Na tarde da sexta-feira 26, Matias foi agredido com coronhadas por três adversários, contrários à criação de sua entidade. Levou 32 pontos no rosto. Na foto maior, à direita, um segurança do Sindicato dos Químicos de Jundiaí (SP), ligado à Central Única dos Trabalhadores (CUT), aponta o revólver em direção a um grupo de militantes da Força Sindical que tentava, a coices, invadir a sede da entidade. Antes, ele já havia disparado para o alto, como mostra um vídeo obtido por ISTOÉ. Na sequência de fotos na parte inferior da página, é o outro lado que ostenta o poder de fogo: no sábado 13, homens da Força, escoltados por pelo menos três leões de chácara armados, quebraram as portas do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas de São Paulo. Eles estavam ali para impedir uma assembleia de filiação à CUT. As cenas reveladas por ISTOÉ retratam vítimas ou algozes de um tipo de violência que já deixou dezenas de mortos nos últimos três anos: o banditismo sindical. Nelas não se consegue identificar trabalhadores que cumprem jornadas de mais de 44 horas semanais ou líderes devotados a suas categorias. Há, sim, jagunços bem remunerados para dar ou tirar o sangue de quem contrariar seu contratante.

Por trás dos confrontos não há sinais de oposições ideológicas expressivas ou concepções muito distintas sobre a maneira de representar determinada categoria. Isso é coisa do passado. Traços de um tempo em que o movimento sindical ajudava a fazer a história do País e se legitimava por princípios. Hoje, discursos inflamados não conseguem mais disfarçar o que move essas contendas: poder e dinheiro. Cada sindicato representa, além de força política para barganhar cargos com o governo, uma generosa fonte de renda para as federações, confederações e centrais. O dinheiro vem da contribuição sindical, criada na era Vargas, imposto que transfere um dia do salário suado de cada trabalhador para a entidade de classe que lhe representa e para as organizações da qual ela é associada. Somente em 2010 foi repassado R$ 1,2 bilhão. Perder ou ganhar o controle de um sindicato, portanto, significa ter acesso ou não a essa bolada. O dinheiro que vem da contribuição sindical se transforma, em muitos casos, em capital para cooptar entidades ou contratar capangas, quebra-paus e comprar armamento para intimidar adversários.
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DOIS LADOS
Vasconcelos (acima), presidente dos Gráficos, ameaçado de morte. Sindicato agora
fica com Paulo Rogério (abaixo), especialista em “situações adversas” da Força Sindical
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A situação do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas de São Paulo, criado em 1919, ilustra bem esse cenário de guerra. Desde que Márcio Vasconcelos, presidente da entidade, resolveu abandonar o cargo de vice-presidente da Força Sindical e filiar sua entidade à CUT, no começo de agosto, ameaças de morte, quebra-quebras, bombas e agressões físicas se tornaram frequentes. O auge dos confontos foi o sábado 13, conforme mostram as imagens da câmera de circuito fechado da entidade, às quais ISTOÉ teve acesso. Além dos invasores armados, as cenas registram agressões entre militantes dos dois lados, uso de spray de pimenta e a depredação da porta de entrada. “Isso foi orquestrado pelo Paulinho da Força (o deputado federal Paulo Pereira da Silva, do PDT-SP, líder da central sindical)”, acusa Vasconcelos. “Ele veio aqui na véspera e disse que a assembleia não iria acontecer.” Alegando ter sido ameaçado de morte por Paulinho, Vasconcelos mudou de endereço e anda escoltado por seguranças.

O deputado Paulinho da Força nega tudo. “É conversa fiada”, diz. Ele admite, porém, que participou do encontro citado por Vasconcelos. “A maioria da diretoria não queria sair da Força Sindical e eu fui lá pedir ao Márcio para suspender a assembleia, para não dar confusão. Ele não aceitou. Acabou em pancadaria como a gente previa.” O parlamentar alega que o grupo de “militantes” responsável pelo confronto no sindicato não foi orientado por ele e era formado apenas por associados dos gráficos. As imagens, no entanto, desmentem a sua versão. Dirigentes de outras categorias associadas à Força Sindical aparecem no vídeo durante o quebra-quebra. E a confusão não parou por ali. Nos dias seguintes, bombas foram lançadas contra a entidade e funcionários ameaçados. Na segunda-feira 29, o controle do Sindicato dos Gráficos mudou de mãos. De posse de um documento contestado na Justiça e com um time reforçado de quebra-paus, integrantes da oposição assumiram o controle da sede da entidade. Na manhã da quarta-feira 31, já respondia pelo sindicato um personagem famoso no meio: Paulo Rogério, o maior especialista em coordenar “situações adversas” da Força Sindical.

Outros casos envolvendo a central sindical liderada pelo deputado Paulinho chamam a atenção da Justiça. Em Jundiaí, no interior paulista, o Ministério Público Federal investiga o presidente do Sindicato dos Plásticos da cidade, João Henrique dos Santos, por formação de quadrilha e fraude sindical, entre outros crimes. Seus métodos violentos, típicos do novo banditismo sindical, lhe renderam o apelido de “Lampião Paulista”. Em setembro de 2009, Santos, esta reencarnação de Virgulino, enviou um grupo de 80 homens, inclusive ex-policiais militares, para a porta do Sindicato dos Químicos. A ordem era invadir o local e retirar de lá à força o presidente da entidade, Aparecido Nunes do Nascimento. “Eles conseguiram derrubar o portão, mas um amigo policial estava lá e evitou o pior”, relata Nunes. O “amigo policial” é o homem que atira para o alto e depois mira os invasores no vídeo obtido por ISTOÉ.
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COMPANHEIROS
Paulinho da Força e Lampião Paulista, relações apenas institucionais
O bando de Lampião Paulista trazia na linha de frente Isaul Marcos Soares, tricampeão mundial de kickboxing. Torrão, como o lutador é conhecido, revelou à ISTOÉ os bastidores da ação. Segundo ele, Lampião, presidente do Sindicato dos Plásticos e adversário de Nunes, do Sindicato dos Químicos, prometeu pagamentos diferentes conforme o nível de violência empregado. “Eram R$ 100 para cada homem cercar o local, R$ 200 se invadisse e R$ 300 para retirar o Nunes à força, no braço.” A prática truculenta foi a mesma empregada em outras cidades do Estado, como Caieiras e Vinhedo. Trata-se de um estilo, conforme Torrão comprovou nos quatro anos em que trabalhou como segurança de Lampião e em duas campanhas eleitorais do deputado Paulinho da Força das quais participou como correligionário contratado. “Paulinho e João Henrique são parceiros e com eles é na base da porrada. É uma guerra!” Paulinho diz ter uma relação “meramente institucional” com Lampião Paulista. “Sou contrário ao uso da força”, afirma. “Não é pelo caminho da violência que se conquistam as coisas.”

A guerra entre sindicatos não é monopólio da Força Sindical. Também há relatos de violências e fraudes praticadas pela Central Única dos Trabalhadores. De acordo com o presidente do Sindicato de Trabalhadores do Setor de Hospedagem e Gastronomia, Francisco Calasans Lacerda, a CUT, a maior das centrais brasileiras, criou quatro sindicatos clones na base territorial da entidade, nas cidades de Guarulhos, Mogi das Cruzes, Osasco e Atibaia. A implantação dessas entidades teria sido garantida por uma mistura de ajuda política e força bruta. Em 31 de julho de 2009, foram publicados simultaneamente quatro editais de convocação de assembleias para discutir o tema. Naquele dia, porém, não foi permitido o acesso de funcionários da categoria. “Eles encheram o local com gente deles e não deixaram ninguém entrar. Quando começou a pressão para abrir os portões, lançaram coquetéis molotov”, conta Calasans Lacerda. Mesmo com a violência, o processo de legalização dos sindicatos clones prosseguiu, e as assembleias, com apenas 12 pessoas, acabaram validadas por uma canetada do Ministério do Trabalho. A pedido do sindicato original, entretanto, os registros das entidades clones encontram-se impugnados pelo Judiciário, à espera de uma decisão definitiva.
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DOIS MOMENTOS
A baderna em Jirau (acima) e o enterro do líder dos motoristas
em São Paulo: disputa por mais imposto sindical e assassinato
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Os rastros da batalha feroz entre as centrais sindicais se espalham por todo o País e já produziram grandes desastres. Talvez o mais famoso deles tenha ocorrido em Porto Velho, Rondônia, onde sindicalistas ligados à Força Sindical, à CUT e independentes vivem em um permanente clima de hostilidade pelo controle da representação dos aproximadamente 30 mil trabalhadores responsáveis pelas obras de construção das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio. Autoridades locais dizem que esta disputa esteve por trás da onda de revoltas nos canteiros das obras à beira do rio Madeira em março deste ano. Durante os protestos, ônibus e alojamentos foram queimados e outras instalações danificadas. Logo depois do incidente, diversos interessados em representar os trabalhadores, vindos para a cidade junto com os projetos de infraestrutura, trocaram acusações. Em São Paulo, disputas desse nível levaram ao assassinato de Sérgio Augusto Ramos, que havia denunciado esquema de corrupção no Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus.

O professor da Unicamp Ricardo Antunes, autor de diversas pesquisas sobre o sindicalismo brasileiro, relembra o importante papel institucional dessas entidades. “Os sindicatos foram decisivos na resistência e na luta pelos direitos do trabalhador.” O estudioso, no entanto, acredita que atualmente uma grande parcela daquela saga se desvirtuou. “Lamentavelmente, muitas entidades tornaram-se verdadeiras máquinas burocratizadas que recebem dinheiro do Estado, por meio do imposto sindical ou pelo Fundo de Amparo, e se distanciam cada vez mais de suas bases.” Se o dinheiro público continuar a financiar sindicatos do crime, as representações dos trabalhadores, que chegaram a levar um metalúrgico à Presidência do Brasil, correm o risco de ver suas histórias enterradas num roteiro de ganguisterismo.
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Uma mensagem sincera da Jaqueline
Roriz a todos os brasileiros.

isto é BraZZiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiil

Não sei quem escreveu porém o cara é sábio

FILOSOFANDO...
Na Alemanha: tudo é proibido, exceto aquilo que é permitido.
Na França: tudo é permitido, exceto aquilo que é proibido.
Em Cuba: tudo é proibido, inclusive aquilo que é permitido.
No Brasil: tudo é permitido, inclusive aquilo que é proibido.

 

Será que alguém acredita nisto?


Aqui na Amazônia tem uma serie de lendas : da Cobra Grande( Boiúna), da Matinta Pereira e do boto de chapéu e vestindo de branco que engravida as caboclinhas na lua cheia. Acho que é mais fácil isto ser verdade que este aumento.

Repassando...
Era  07/2011... agora escalonado para 2012/2014...


http://blig.ig.com.br/blogdocongresso/2011/06/08/do-md-reajuste-dos-militares-a-partir-de-1%C2%BA-de-julho-de-2011/



08/06/2011 - 19:12

Segue o que tá rolando aqui no MD Reajuste para Forças Armadas será em Julho. A Presidenta Dilma Rousseff anunciará reajuste para praças e oficiais das Forças Armadas. Os índices de aumento estão sendo preparados para o anúncio vir logo depois do pagamento da 1ª metade do Adicional Natalino a ser pago com o pagamento de junho.“Dilma examinou documentos e comparações dos salários pagos a PMDF e da PF e chegou a conclusão que o reajuste a ser anunciado será um feito contra as injustiças que vem sofrendo a classe dos militares das Forças Armadas.”, informou o Porta voz da Presidência. Com a estratégia do aumento em parcelas, a partir de julho o governo economiza no pagamento da 1ª metade do 13º Salário e evitará o desgaste político que poderão acontecer com os protestos de mulheres de militares que, com panelaços e apitaços, já no governo Lula conseguiram chamar a atenção da sociedade para os valores dos soldos dos quartéis, bem abaixo dos salários pagos, por exemplo, aos policiais federais. Também será dado uma decisão final sobre o pagamento da diferença dos 28,86%, devida a praças e oficiais até major. Dilma acha que esse reajuste até poderia ser chamado de reposição salarial, já que é uma divida que vem se avolumando com os militares desde o governo FHC. A idéia do reajuste escalonado é fazer com que um Almirante, Generais de Exército e Brigadeiros do Ar (topo da Carreira) ganhe próximo a R$ 21.699,82 o mesmo que recebem delegados e peritos no topo da carreira na Polícia Federal. Porem pelo contingenciamento do orçamento essa aproximação se fará de maneira gradual até o fim do mandato da Presidente. A Presidenta quer desvincular de uma vez por todas a sua imagem de ex-opositora ao Regime militar e acredita que os tempos agora são outros e a realidade é totalmente diferente dos anos de chumbo. Segue abaixo a tabela com os novos soldos. Posto ou Graduação Soldo (R$) (a partir de 1o de julho de 2011)
1. OFICIAIS-GENERAIS Almirante-de-Esquadra, General-de-Exército e Tenente-Brigadeiro 13.156,00 Vice-Almirante, General-de-Divisão e Major-Brigadeiro 11.868,00 Contra-Almirante, General-de-Brigada e Brigadeiro 10.610,00
2. OFICIAIS SUPERIORES Capitão-de-Mar-e-Guerra e Coronel 9.118,00 Capitão-de-Fragata e Tenente-Coronel 8.911,00 Capitão-de-Corveta e Major 8.695,00
3. OFICIAIS INTERMEDIÁRIOS Capitão-Tenente e Capitão 6.693,00
4. OFICIAIS SUBALTERNOS Primeiro-Tenente 6.447,00 Segundo-Tenente 6.075,00
5. PRAÇAS ESPECIAIS Guarda-Marinha e Aspirante-a-Oficial 5.871,00 Aspirante, Cadete (último ano) e Aluno do Instituto Militar de Engenharia (último ano) 1.558,00 Aspirante e Cadete (demais anos), Alunos do Centro de Formação de Oficiais da Aeronáutica, Aluno de Órgão de Formação de Oficiais da Reserva 1.453,00 Aluno do Colégio Naval, Aluno da Escola Preparatória de Cadetes (último ano) e Aluno da Escola de Formação de Sargentos 1.411,00 Aluno do Colégio Naval, Aluno da Escola Preparatória de Cadetes (demais anos) e Grumete 1.402,00 Aprendiz-Marinheiro 1.318,00
6. PRAÇAS GRADUADAS Suboficial e Subtenente 5.583,00 Primeiro-Sargento 5.253,00 Segundo-Sargento 4.923,00 Terceiro-Sargento 4.560,00 Cabo (engajado) e Taifeiro-Mor 4.489,00 Cabo (não engajado) 2.449,00
7. DEMAIS PRAÇAS Taifeiro de 1a Classe 1.426,00 Taifeiro de 2a Classe 1.245,00 Marinheiro,
Soldado Fuzileiro Naval e Soldado de 1a Classe (especializados, cursados e engajados), Soldado-Clarim ou Corneteiro de 1a Classe e Soldado Pára-Quedista (engajado) 1.441,00 Marinheiro, Soldado Fuzileiro Naval, Soldado de 1a Classe (não especializado) e Soldado-Clarim ou Corneteiro de 2a Classe, Soldado do Exército e Soldado de 2a Classe (engajado) 918,00 Marinheiro-Recruta, Recruta, Soldado, Soldado-Recruta, Soldado de 2a Classe (não engajado) e Soldado-Clarim ou Corneteiro de 3a Classe 807,00


DA-LHE BRASIL!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Juízes preparam ato para pressionar Congresso por aumento de 56%
06 de setembro de 2011 20h33 atualizado às 20h45

A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) prepara uma mobilização no Congresso Nacional para o próximo dia 21, quando o movimento, batizado de Dia Nacional pela Valorização da Classe, buscará chamar a atenção dos parlamentares para o Projeto de Lei 7749/10, que estabelece reajustes anuais para o Judiciário com base nas perdas provocadas pela inflação. A categoria reivindica um aumento de 56%. As informações são da Agência Câmara.
O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), afirmou nesta terça-feira ser justa a mobilização, mas que é preciso analisar o orçamento antes de aprovar qualquer tipo de reajuste. "Os projetos não chegaram à Câmara com a devida dotação orçamentária para os reajustes propostos. O nosso esforço será para um entendimento que garanta a harmonia e a independência entre os Poderes, que é importantíssimo para o bom funcionamento das instituições democráticas no Brasil."
O presidente da AMB, Nelson Calandra, destacou que uma assistência médica direcionada para os problemas de saúde causados pelo estresse no trabalho e uma remuneração mais justa também são reivindicações dos magistrados. "Perdemos mais de 25% do nosso salário todo ano em razão da inflação, e a situação para a magistratura vai se tornando insustentável."
Calandra afirmou que a entidade também reivindica uma política de segurança para os magistrados, como forma de evitar o que aconteceu com a juíza Patrícia Acioli, executada no mês passado no Rio de Janeiro. A juíza foi responsável pela prisão de mais de 60 policiais ligados a milícias e a grupos de extermínio, e já havia sido ameaçada de morte.
Nesta terça-feira, o Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, esteve com Marco Maia e o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Ele negou que a visita tenha sido motivada pelo aumento do Judiciário, mas reconheceu as perdas salariais dos últimos anos. "A pretensão do Ministério Público, como a do Judiciário, é repor perdas decorrentes da inflação, que atualmente já somam acima de 21%."
Gurgel informou que conversou com Maia sobre a retomada do grupo de coordenação institucional, que tem o objetivo de dar maior agilidade à comunicação e troca de informações da administração da Câmara e do Ministério Público Federal.
Maia disse que espera encontrar uma forma de atender às reivindicações do Judiciário sobre reajuste salarial. Ele afirmou que o impacto orçamentário do reajuste que pretende o Judiciário talvez não seja adequado à situação do País, mas que é preciso buscar uma alternativa. Ele conversou com o relator-geral do Orçamento de 2012, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), para tentar achar uma solução.
Chinaglia declarou ontem que considera inviável o aumento reivindicado pela categoria, cujo impacto de R$ 7,7 bilhões prejudicaria a aplicação de recursos em outras áreas e o ajuste fiscal do governo. O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), também sustenta que não é possível dar o aumento pretendido pelos magistrados

ISTO É QUE É JUSTIÇA SOCIAL.

Você sabia... ...que os ganhos obtidos na Bolsa de Valores até o limite de R$ 20 mil são isentos do Imposto de Renda, enquanto os salários já pagam IR a partir de R$ 1.566,61?
Este é um dos destaques da Cartilha "A Progressividade na Tributação Brasileira: por maior justiça tributária e fiscal", desenvolvida pelo DIEESE, Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e Sindifisco Nacional (Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil).
A publicação mostra os vários problemas do sistema tributário brasileiro, que cobra proporcionalmente mais dos mais pobres e isenta bens dos extratos mais ricos. O objetivo é permitir que a população se aproprie da discussão para pressionar o governo e o Congresso Nacional por mudanças na forma como são cobrados os impostos no país.
Na cartilha estão informações pouco conhecidas pela maior parte da população. Um exemplo é o fato de haver isenção do pagamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) para lanchas, iates e jatinhos particulares.