sexta-feira, 2 de março de 2012

EXCELENTE PALESTRA SOBRE O SOLDADO E A PAZ

Agradeço ao amigo Cel Mauricio a excelente dica.
acesse o endereço abaixo e curtam a verdadeira vis~]ao da paz vista por um soldado

TRAGEDIA ESPERADA

Enquanto as Forças Armadas Brasileira tem um orçamento ridículo para a sua extensão territorial gigantesca e o seu governo narcisista tem a pretensão de líder e potencia sul-americana, os problemas logísticos e operacionais começam a acontecer, ou seja, a tragédia na Antártica já era esperada.  
Vê-se que não há planejamento nem previsão orçamentária para o papel que se espera de nossas Forças Armadas, alias como tudo neste desgoverno federal dos últimos 9 anos, é só capa e cena.
Agora se fala em novamente colocar o Exército para combater a criminalidade, função que não lhe cabe constitucionalmente, porém não há nenhuma previsão de acréscimos orçamentários. Não há recursos para a segurança do pais, nem para as forças armadas e nem para a policia federal que se encontram sucateadas, mas há para se fazer proselitismo ideológico, como a doação a Cuba.
A carga tributaria é acachapante ferindo o principio constitucional do não confisco. A classe média não agüenta mais pagar as mordomias para quem não contribuem em nada com a arrecadação, como as inúmeras bolsas instituídas em troca disto e daquilo, os  auxílios a bandidagem (auxilio reclusão), e as “indenizações” para manter as mordomia aos terroristas e marginais que pegaram em arma contra a democracia brasileira na década de 60/70.
A indústria e comércio sofrem com uma legislação troglodita e ultrapassada que prejudica tanto os trabalhadores como os empreendedores. O governo só pensa em arrecadar e em gastar, descuidando-se dos reais interesses públicos qual seja a busca do bem comum, não vendo a segurança como um importante meio de se garantir o progresso e o desenvolvimento do Brasil. PAULO BASTOS


Para quem quer conhecer a verdade sobre o Projeto Antártico brasileiro e a Base Comandante Ferraz repasso o profético texto de Antonio Sepúlveda publicado no Jornal do Commercio de 17 de fevereiro de 2006, isso mesmo, fevereiro de 2006. De lá para cá a verba para manutenção da base, como todo orçamento militar e tecnológico do Brasil, só tem feito diminuir. O acidente já era portanto totalmente previsível.
 A respeito da tragédia ocorrida com o PROANTAR, o cenário atual já era possível desde 2006. . .

Sepulveda


Jornal do Commercio de 17/02/2006

Tudo pela pátria

Antonio Sepulveda

Parcela consciente da opinião pública aguarda, apreensiva, o desenrolar da melancólica situação do nosso Programa Antártico. O PROANTAR começa a fazer água, por conta do descaso e da irresponsabilidade da cúpula federal que parece ignorar que o primeiro passo para o delineamento de uma grande estratégia está na aquisição de conhecimento sensível, única fonte verdadeira de poder em qualquer cenário geopolítico.

O Brasil aderiu ao Tratado da Antártida em 1975, assim firmando os propósitos de ocupar aquele território com fins pacíficos e de cooperar com a comunidade internacional para o desenvolvimento de pesquisas no extremo sul do planeta. Uma das exigências para a participação de qualquer país como parte consultiva do tratado é a realização de substanciais atividades científicas. Para esse fim, o PROANTAR é elaborado e implementado pela Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, em consonância com os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil. A sustentação logística dos projetos decorrentes é, com o apoio precioso da Força Aérea, provida pela Marinha que, com a costumeira abnegação do seu eterno lema, Tudo pela Pátria, vê-se obrigada a lançar mão das migalhas que recebe de um orçamento malversado pelos politiqueiros de Brasília.

Pois é; poderia até ser coisa de país sério, de governo preocupado com a inserção do Brasil no cenário político-estratégico internacional no papel de ator, em vez da triste figura de coadjuvante que vem desempenhando através dos séculos. Infelizmente, a realidade atual do PROANTAR é outra. O orçamento vem decaindo sensivelmente desde 1990. Sem recursos – para isso, o governo não tem verbas – o Ary Rongel carece de reparos estruturais indispensáveis, em termos de salvaguarda da vida humana; e que fique este alerta aqui registrado, dedo apontado para o Planalto, caso – Deus não permita - sejamos alcançados por uma tragédia no traiçoeiro Mar de Weddell ou na própria Estação.

A Estação está degradada por falta de uma manutenção aceitável. Recentemente, durante uma faina de reabastecimento de combustível, três tanques desabaram de suas bases apodrecidas, o que poderia ter ocasionado um acidente ecológico grave decorrente do derramamento de óleo. Alguns sistemas vitais se encontram comprometidos: aguada, rede de esgoto, proteção contra incêndios e transferência de energia elétrica. Os módulos estão comidos pela ferrugem; equipamentos inoperantes ou funcionando naquela velha e brasileira base do jeitinho; escadas perigosamente corroídas; anteparas em péssimo estado de conservação; os forros caindo aos pedaços. Os laboratórios precisam ser reformulados, porquanto não atendem às necessidades atuais. A cozinha tem a idade da Estação e precisa ser modernizada. O auditório e a sala de refeições não comportam mais todos os integrantes da Estação no período de inverno. A frigorífica não tem capacidade para receber todos os gêneros que o navio leva, ocasionando perdas de alimentos. O incinerador tornou-se ineficaz. Os paióis não atendem ao volume de sobressalentes e de alimentos. As infiltrações são generalizadas. Equipamentos de pesquisa, como motos de neve, botes, lancha oceanográfica e quadriciclos não operam em condições seguras. Tratores e escavadeiras estão avariados. Os riscos se agravam, porque as comunicações em alta freqüência, que permitem monitorar os pesquisadores que trabalham mais afastados, não são confiáveis.

É preciso recuperar a Estação para o Ano Polar Internacional (2007/2008), o evento de maior relevância para a pesquisa mundial dos últimos 40 anos. O Brasil, a persistir esta inércia, poderá até mesmo perder sua posição de membro consultivo do Tratado da Antártida, privilégio de apenas 28 países, os quais decidirão sobre o futuro daquele continente. Pelo jeito, vamos, mais uma vez, perder o bonde da História.