sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A ESCALADA DA VIOLÊNCIA NO BRASIL


Caros amigos olhem só o e-mail que recebi circulando na rede de computadores.
Agora todos querem as Forças armadas no combate ao crime organizado. Não sabem que as nossa forças armadas estão sucateadas, vivendo na penúria e família militar abandonada nestes anos que a PeTralha tem dominado a nação.
Paulo Bastos
 Segue o e-mail, LEIAM e REFLITAM
TEXTO RECEBIDO:
"Na minha opinião, deve pedir auxilio ao exército. Eles possuem batalhões, pelotão de Guerra na Selva, fora o pelotão em Manaus das Forças Especiais, os gestores devem sair do salto alto e pedir auxílio as Forças Armadas, ALÉM DE SEREM RESPONSABILIZADO PELA TRAGÉDIA."
Para reflexão:
Sabe quanto ganha $$$$ um delegado, um perito criminal, um agente da PF? Remuneração justa, justíssima! Condizente com as funções que exercem.
Agora só falta o governador do Rio pedir ajuda às forças armadas para combater o crime organizado.
Conclusão:
QUANDO A COISA TÁ FICANDO "FEIA", SEM CONTROLE, PEDEM SOCORRO  ÀS FFAA.
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LOBO e MATZUNAGA - NARRATIVA DOS FATOS !
 Esclarecimento dos Fatos:
Na sexta feira a noite dia 12.11, toda a galera da DRE estava reunida em fazendo um churrasco na ANSEF AM. No churrasco, os colegas  já estava falando dos meios que não existia para cumprir a missão que  estava na iminência de acontecer. O APF Lobo disse que tinha que  conseguir dinheiro para o rancho, além do cozinheiro, fora as  embarcações que estavam em péssimas condições. O APF Leonardo tinha  acabado de chegar de Tabatinga/AM para ficar em missão em Manaus/AM,  devido a DRE ter uma defasagem muito grande de policiais. O NO/DRE  conta somente com 06 policiais e sempre estamos abarrotados de  serviço, e principalmente, sem condições de trabalho.
Cabe ressaltar, que o APF Lobo foi retirado da DRE pelo atual  delegado, por colocar tudo no papel, principalmente das péssimas  condições que a delegacia se encontra, falta de efetivo, materiais,  viaturas, e principalmente, pelo chefe da DRE nao querer nada com o serviço. Conseqüentemente, colocaram o Lobo no corredor, depois para arrumar a sala de armamento, e ele disse: a administração local não  sabe o que está fazendo, porque toda irregularidade vou colocar no  papel. Depois disso, mandaram ele em Tabatinga, quando retornou dia  07.11 foi lotado no DEPOM - que na verdade na maior bacia hidrográfica  do mundo nao existe base do DEPOM, a base do DEPOM está inativa,  somente é utilizado a base do CIAPA para guardar as lanchas que estão  quebradas, somente 2 funcionando - depois do ocorrido uma.  Todavia, existe uma sala com um internet banda larga, ar condicionado para o chefe do DEPOM, que nem é piloto de embarcações e não tem 1,5  ano de polícia.
 No sábado dia 13.11, de manhã cedo o agente mais antigo da DRE, que  chamamos informalmente como chefe do NO/DRE, porque não existe  atualmente no organograma do DPF - chefe do NO/DRE, chegou para  auxiliar os colegas, eles iriam subir o rio Solimões para pegar o  carregamento de droga que estava descendo. O chefe do NO/DRE ligou  para o delegado da DRE que nem atendeu o telefone, melhor estava desligado, ressaltando que leva a VTR para casa, para conseguir  dinheiro para comprar o rancho do pessoal, ressaltando, dentro do rio Solimões não existe restaurante ou algo semelhante, então o chefe doNO/DRE ligou para os colegas que estão com suprimento de fundos, logo um agente lotado em outra delegacia conseguiu a verba para o rancho. O agente chefe do NO/DRE, ligou para o DREX para conseguir a lancha, foi utilizado uma lancha que foi apreendida semana passada por traficantes, como nao temos lancha em condições o DREX autorizou sair com a lancha que nem foi autorizada pela justiça - vide as condições que estava tudo sendo emendado. ( sem lancha, sem dinheiro, sem rancho, sem comunicação com a SR que seria o ideal ter o global star)

O agente chefe do NO/DRE conseguiu reunir 07 policiais para a missão e  duas lanchas. sendo 03 do NO\DRE, 01 em missão ( Leonardo) e 03 do DEPOM. Quando fomos levar o pessoal no flutuante, o APF Lobo levou muita munição de 5,56, pois ja sabiam que poderiam ter um confronto, foi levado também o Sofie.
 A Abordagem:
Na madrugada do dia 17.11, os policiais fazendo fiscalização róximo ao município de Anamã, em uma madrugada bem escura, com duas lanchas. Uma lancha estavam os APF´s Charles, Décio, Leonardo e Lobo e outra com os APF´s Roberval, Andrade e Ivon. Em certo momento, o APF Charlesobservou duas lanchas descendo o Rio, logo a equipe se dividiu.Conversando com o APF Charles, ele disse que nao conseguiu ver os peruanos na embarcação pelo Sofie, porque estavam deitado, conseguiu ver o piloto e a droga embaixo de um toldo. Quando estavam chegando para a abordagem os APF Charles e Leonardo disseram Polícia Federal, os vagabundos focaram com a luz da embarcação e já começaram mandar tiros - Fuzis 5.56, munição perfurante. O Décio disse que foi muito tiro, muito mesmo, só escutava o barulho da embarcação sendo furada pelos tiros e os vagabundos estavam em um canoão de madeira, sendo muito mais fácil o abrigo..
O APF Leonardo foi o primeiro a cair, com um tiro na cabeça. O APF Lobo que estava pilotando a embarcação diante do fato começou a atirar com sua pistola, sabendo que Lobo é campeão de tiro prático no Amazonas, sua pistola parou aberta, então pegou o fuzil do Leonardo que já estava morto, no momento que ele pegou o fuzil do Leonardo já trocou o carregador e continuou atirando. O APF Charles já tinha sido atingido e foi para a polpa da embarcação. O APF Décio estava com o XM15 em um dado momento o XM15 parou de funcionar e ele pegou a pistola e continuou atirando - o XM15 salvou a vida do APF Décio pois um dos projéteis dos traficantes acertou o fuzil e ele parou de funcionar, ele percebeu isso quando somente quando chegou a Manaus/AM. Em um dado momento o APF Décio percebeu que estava atirando sozinho, logo parou de atirar e observou os colegas mortos e o APF Charles ferido.
Os outros integrantes que estavam abordando uma outra embarcação no rio a noite, voltaram para auxiliar o pessoal mas o confronto já tinha terminado, os APFs ainda atiraram para saturar toda área e a embarcação, mas os vagabundos tinham pulado da embarcação. Os colegas da outra embarcação encostaram e rapidamente colocou os colegas mortos para serem levados ao município de Codajás, do local do confronto até Codajás são aproximadamente 2 horas, e foi uma dificuldade para os colegas porque o APF Charles estava ferido, dizendo palavras para serem passadas a família, pensando que ele iria falecer também. Os colegas passaram uma situação de terror.

 Fatos a posteriori:
Vários colegas foram para o local, nao existe um plano de gerenciamento de crise - esta tudo no "BARATA VOA", mas até o momento  o SR não chamou auxilio ao exercito, em Manaus tem o CENTRO DE INSTRUÇÃO DE GUERRA NA SELVA - CIGS, então os militares conhecem muito bem a SELVA. Na embarcação dos traficantes tinham 04 peruanos das  FARCs e dois brasileiros, os peruanos estavam fortemente armados. Na missão, não existia nem dinheiro para o rancho, depois da merda, foi  conseguido dinheiro pelo DG para tudo, foi repassado nas comunidades locais recompensas para os posssiveis assassinos, então através de informantes conseguiu achar o brasileiro piloto da canoa, que estava na mata próximo a uma comunidade, ele nao sabe onde esta o irmão dele que é brasileiro e nem os peruanos, mas ele informou que eles estão ainda armados. Uma família que alojou os traficantes, próximo ao local do confronto também foi presa.
Observando o problema atual, o SR esta pedindo ajuda para policiais de Brasília, COT, etc., pelo conhecimento de todos, sabemos que se jogar policiais que não são da região, vai acontecer um outro desastre. Além de que, muitos policiais novos da ultima não tem curso de fuzil, pois foi retirado da grade horária da ANP.
Em minha opinião, deve pedir auxilio ao exercito, eles possuem batalhões, pelotão de Guerra na Selva, fora o pelotão em Manaus das Forças Especiais, os gestores devem sair do salto alto e pedir auxílio às Forças Armadas, ALÉM DE SEREM  RESPONSABILIZADAS PELA TRAGÉDIA.
REDWOLF.
Postagem do REDWOLF

A história de dois homens de valor

É madrugada no Rio Solimões. A escuridão e o silêncio são rompidos só pelo barulho de dois barcos com policiais federais que cortam as águas do rio na busca por traficantes de cocaína.  Os barcos usados pelos policiais não são apropriados para o enfrentamento. Um é uma lancha apreendida com traficantes; outro é uma lancha da própria PF que, como tantas, é um arremedo de embarcação. Mas não importa, na cabeça daqueles policiais só há um pensamento: interceptar os traficantes e evitar que a cocaína chegue ao seu destino final.
 O desfecho está próximo.
 Mas antes do final é preciso falar sobre dois guerreiros que estão embarcados e atentos aos movimentos no Rio.  Os agentes federais Leonardo Matzunaga Yamaguti e Mauro Lobo são de gerações diferentes. O primeiro na PF há 4 meses está realizando o sonho de se transformar em policial federal. O outro, na PF há mais de uma década, é exemplo e uma referência para todos que o conhecem. Em comum entre esses dois homens a vocação para estar na primeira linha, longe dos gabinetes cheios de papéis inúteis.

Mas a história segue e esses dois homens em breve se tornarão vítimas da Polícia que tanto se orgulham de levar no peito.
 O barulho do motor de um barco se aproxima rapidamente fazendo com os policiais redobrem a atenção. Podem ser os traficantes. A informação é que este possa ser um grande carregamento de cocaína e ele não pode seguir.
 Os policiais visualizam o barco que desce o Rio carregado. Há homens dentro, mas é noite. E noite no Amazonas é escura. O barco suspeito vai ser abordado, mas antes disso um barulho no motor é o sinal que os suspeitos estão mudando o curso para fugir. Rapidamente a lancha ruma para a margem para escapar dos homens de preto.
 Os federais não desistem. Rumam na direção dos suspeitos em seus barcos improvisados. Sim, são os traficantes. Um grupo de criminosos ganha a margem e avança rumo a um barranco. Os policiais miram a luz de um holofote, também improvisado para os criminosos. A abordagem está próxima do fim.
 Os bandidos que chegaram às margens estão com fuzis e guiados pelos holofotes do barco dos policiais atiram sem pena. A adrenalina no barco é intensa. Os federais respondem aos disparos. Os colegas da outra lancha também, mas os traficantes estão em vantagem. Com armas mais potentes que a dos federais, atiram de cima do barranco para baixo. O guerreiro Matzunaga é atingido e cai dentro do barco. Lobo vê o colega e continua a atirar contra os bandidos. Numa fração de segundo um tiro atinge seu peito e ele cai sangrando. O agente Charles Nascimento, que também está no barco, sente um impacto na cabeça. É um tiro que pegou de raspão. Outro disparo do fuzil dos traficantes atinge sua perna e ele cai ao lado dos irmãos que já estão mortos no barco.
 Os federais continuam atirando e os traficantes covardes fogem.
 Amanhece e a informação sobre a morte dos policiais começa a chegar às delegacias e Superintendências. Em Manaus os policiais, ainda chocados, começam a montar a logística para o transporte dos corpos e do colega ferido e também se organizar para sair na busca dos criminosos.
 Aos poucos um misto de tristeza e revolta alcança os policiais. O risco é inerente à atividade policial, mas na Amazônia e em outros estados do Brasil esse risco é potencializado por uma polícia de faz de conta,  incapaz de oferecer às mínimas condições de trabalho para os federais.
 São lanchas inapropriadas para o combate, armamento insuficiente, falta de gasolina para embarcações, coletes vencidos e figuras,  cujo único trabalho é fazer inquéritos,  querendo comandar ações operacionais.
 Prova disso é a declaração do Superintendente Regional do Amazonas, delegado Sérgio Fontes,  que chegou às  lágrimas falando dos colegas mortos Ele não explicou porque os policiais não têm o equipamento adequado para enfrentar o crime. Só para constar:  O delegado tem  um dos maiores índices de rejeição no plebiscito feito pela Fenapef.
 Em Brasília não foi diferente na página do DPF nenhuma nota falando do assassinato dos colegas. Da boca do DG nenhum palavra que indicasse que haverá mudanças na forma como a PF vem conduzindo sua gestão,  priorizando a burocracia do IPL e deixando os policiais de verdade a mercê de sua sorte. O DG tem mais de 80% de rejeição na categoria.
 A Fenapef denunciou, os sindicatos avisaram, os policiais também, mas o diretor-geral e seu fiel escudeiro no Amazonas nada fizeram. Agora duas famílias choram seus mortos e a sociedade tem menos dois policiais para combater o crime.
 A Fenapef e aos policiais cabe não deixar ninguém esquecer o que aconteceu na madrugada do rio Solimões com dois homens de valor. Vamos ao MPF, à OAB, ao Parlamento e aonde for necessário para buscar providências e estaremos aqui, como sempre estivemos,  lutando para que tenhamos uma Polícia Federal que não atente contra seus próprios policiais.
Fonte: Agência Fenapef   (http://www.fenapef.org.br/fenapef/noticia/index/30881)