domingo, 27 de maio de 2012

ESQUERDAS E CORRUPÇÃO



ESQUERDAS E CORRUPÇÃO 

Marco Antonio dos Santos *


Eu divido a esquerda brasileira em duas: a esquerda inteligente e a esquerda burra.

Esse critério não reflete, exatamente,  a condição intelectual  dos integrante de cada facção, mas a coragem e a condição de perceber a evolução das conjunturas e assumir um dos lados da situação.

A esquerda inteligente, nicho predileto de um segmento da intelectualidade espertalhona, “uspistas”  e” unebistas” , militou com a esquerda burra nos anos 1960 até meados da década de 1970.

Quando teve certeza da derrota, uma vez que nunca contou com apoio do povo, foi curtir exílios em Paris, Londres e “europas”  a fora,  recebendo ótimas subvenções de fundações com nome de carrão norte americano e do ouro de Moscou.

Enquanto isso, a esquerda burra, composta de militantes corajosos, mas de percepção míope, mais ligada às portas de fábrica e ao “volks” (povo), aqui permaneceu para apanhar das polícias militares, porquanto perturbavam a ordem pública e os trabalhadores que aproveitavam os 100% de emprego que a economia proporcionava.

Nos anos 1980, a esquerda burra, mais audaz e que confiou mais no que os militares garantiam,  uma vez que as bases de uma infra estrutura sólida estavam lançadas, fundou partidos de trabalhadores dirigidos por eles, que nunca trabalharam.

A esquerda inteligente, um pouco mais tarde, fundou agremiações políticas mais sofisticadas, com discurso mais sutil, mais coerente com “socialismos liberais”.  Muito mais palatável. Com tal discurso, não foi difícil ludibriar a classe média, principalmente, e ganhar as eleições para alienar o patrimônio público nacional e manter achatados os salários da classe operária (cujos ídolos estavam na esquerda burra).

Esgotados os ganhos com as privatizações, com muito pouca  carne para roer nos ossos da viúva cabocla, criou,na cabeça do povo, ídolos operários da esquerda burra (aquela que apanhou, lembram?), dando a isso o nome de democracia e enaltecendo a alternância do poder. Nesse ponto, o país toma ares de democracia consolidada. Novamente o Brasil, agora sem muito que vender, além do patrimônio no bolso dos cidadãos, fica sob o manto da esquerda burra. Esta, mediante mecanismos vetustos, mas eficazes, sangra o trabalhador pelo crédito fácil e a ilusão de que existe almoço grátis. Basta ter um CPF, não trabalhar e aguardar que o governo chega com a bolsa adequada. Mas, esse saque tem um limite que não tardará a chegar.

Aparentemente, ambas não deveriam mais se unir. Afinal, é difícil esquecer a dor das cacetadas e deixar de ver, ao olhar diariamente nos espelhos, as cicatrizes de quem se mete com políticas estúpidas.

Mas, a lavagem cerebral marxista também deixa marcas indeléveis e cá estamos em 2012, com ambas novamente em conluio, agora também  unidas a segmentos populares do crime organizado, usufruindo de “propinodutos” em cascatas. Mas, como não existe acordo entre rapinantes, alguém roeu (isso é coisa de ratos) a corda e deu zebra (ops, isso não é mais um bicho do cardápio?) e a vaca foi para o brejo (Ih!).

Agora tentam, sempre dando ares de plena ilusão democrática, empenham – se, enquanto de engalfinham, em desenvolver mais um mecanismo que encubra o festival de patifarias e de corrupção em que ambas meteram o pobre povo brasileiro. 


* Marco Antonio dos Santos - Professor   e empresário - Desiludido com este país

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