Por Maria Lima e Luiza Damé
O mais ideológico dos partidos no passado, PCdoB teria abandonado a própria história, dizem especialistas
BRASILIA. Que partido é esse, que fez história na Guerrilha do Araguaia e agora surge como parceiro dos ruralistas na elaboração do Código Florestal e está envolvido em denúncias de corrupção, em pelo menos, dois setores do governo: Ministério do Esporte e Agência Nacional de Petróleo (ANP)?
Tido como o partido mais ideológico desde que nasceu da dissidência do PCB, em 1960, o PCdoB ainda tem como marca a foice e o martelo cruzados simbolizando a aliança de operários e camponeses. Mas vive uma crise de identidade com suas bandeiras e ideologias marxistas-leninistas desde que se impôs uma perestróika à brasileira, quando chegou ao poder pelos braços do PT.
Do antigo Partidão (PCB), o deputado Roberto Freire (SP), presidente do PPS, diz que os comunistas (do PCB) no Brasil já foram acusados de tudo, menos de corrupção. Até o PCdoB chegar ao Governo. Há alguns meses, a revista "Época" teve acesso a vídeos, cheques e documentos, que, segundo a reportagem, fazem parte de uma investigação do Ministério Público Federal no Rio, sobre o esquema de corrupção montado na ANP, presidida pelo ex-deputado Haroldo Lima (PCdoB-BA), envolvendo a autorização para funcionamento de distribuidoras de combustível. O dinheiro da propina iria reforçar o caixa do PcdoB.
- Depois que o PT chegou ao poder, amplos setores da esquerda brasileira vêm num processo de degradação perigosíssimo. No governo, o PCdoB aparelhou o Ministério do Esporte e a ANP, e deu no que deu. Os comunistas, na história brasileira, sempre foram muito criticados. Mas nunca acusados de corrupção - diz Freire.
- O PcdoB não arriou suas bandeiras do comunismo. Tivemos uma aproximação gigante com os pequenos proprietários de terras. Onde chegamos, as pessoas vêm nos cumprimentar - afirma Haroldo Lima, negando o desvirtuamento das bandeiras do PcdoB.
A principal base política do partido, além de sindicatos, é a União Nacional dos Estudantes (UNE), que teve entre seus presidentes Orlando Silva e a deputada Manuela Dávila (PCdoB-RS), e que também é acusada de ter sido cooptada pelo dinheiro público, abandonado a independência dos movimentos estudantis.
Para o historiador Marco Antônio Villa, professor da Universidade Federal de São Carlos, o PCdoB abandonou a sua própria história, abriu as portas para celebridades, que conquistam votos, mas não dão consistência ideológica, e passou a se envolver em situações nebulosas. Essa guinada, diz, se dá a partir da eleição de Lula à presidência da República, quando o PCdoB conquista espaço no poder.
O historiador lembra que o PCdoB nasceu em 1962, de um racha do PCB, e seguiu o modelo chinês de Mao Tse Tung. Depois veio o golpe militar de 1964, a Guerrilha do Araguaia, e o partido passou apoiar o PMDB. Após a redemocratização, o PCdoB ressurge como um partido "pequeno, mas ideológico".
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