Exército se arma para defender o espaço cibernético brasileiro
Forças Armadas inauguram no segundo semestre o Centro de Defesa Cibernética, com cem militares focados na proteção das redes militares e governamentais
08 de junho de 2011 | 7h 00
Bruno Lupion / SÃO PAULO - Estadão.com.br
No final do ano passado, um vírus de computador criado para atacar o programa nuclear iraniano conseguiu danificar as centrífugas de enriquecimento de urânio de uma importante usina daquele país. A empresa que descobriu o vírus, batizado de Stuxnet, o definiu como o "protótipo de uma cyber-arma que dará início a uma nova corrida armamentista no mundo". O incidente revelou um novo campo de batalha aberto pelo desenvolvimento tecnológico - a guerra cibernética.
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Alinhado à sua tradição pacifista, o Brasil não planeja lançar ataques nesse campo, mas começa a investir pesado na defesa do seu espaço cibernético. No segundo semestre do ano, as Forças Armadas inauguram seu primeiro Centro de Defesa Cibernética (CDCiber), que reunirá cerca de cem oficiais do Exército em um prédio nos arredores de Brasília.
"O mundo mudou, e hoje uma equipe de dez pessoas mal-intecionadas, com grande conhecimento, pode fazer estragos enormes em estruturas sofisticadas", afirmou ao estadão.com.br o coronel do Exército Luis Cláudio Gomes Gonçalves, que coordena a implantação do CDCiber. Uma vez inaugurado, o novo órgão será dirigido pelo general de divisão José Carlos dos Santos.
O centro vem sendo preparado há cerca de um ano e terá como objetivo coordenar e integrar as ações de defesa cibernética do Exército, Marinha e Aeronáutica. Será equipado com simuladores para exercício de guerra cibernética, laboratório para análise de artefatos maliciosos na rede e centro de tratamento de incidentes.
Gonçalves destaca duas características da guerra cibernética que dificultam as atividades de defesa. Uma delas é a assimetria, que faz com que uma força reduzida e bem treinada consiga causar danos em forças muito maiores. "Quanto mais sofisticada é a rede de um país, mais ela está suscetível a ataques cibernéticos", diz o coronel.
O outro elemento é a anonimidade, que prejudica a identificação do autor do ataque. Em geral, a agressão virtual é realizada por meio de computadores-zumbis, pertencentes a usuários comuns, que nem sabem que suas máquinas foram invadidas e estão servindo a outras pessoas. Leia abaixo os principais trechos da entrevista:
Beto Barata/AE
CDCiber será equipado com simuladores para exercício de guerra cibernética
Alinhado à sua tradição pacifista, o Brasil não planeja lançar ataques nesse campo, mas começa a investir pesado na defesa do seu espaço cibernético. No segundo semestre do ano, as Forças Armadas inauguram seu primeiro Centro de Defesa Cibernética (CDCiber), que reunirá cerca de cem oficiais do Exército em um prédio nos arredores de Brasília.
"O mundo mudou, e hoje uma equipe de dez pessoas mal-intecionadas, com grande conhecimento, pode fazer estragos enormes em estruturas sofisticadas", afirmou ao estadão.com.br o coronel do Exército Luis Cláudio Gomes Gonçalves, que coordena a implantação do CDCiber. Uma vez inaugurado, o novo órgão será dirigido pelo general de divisão José Carlos dos Santos.
O centro vem sendo preparado há cerca de um ano e terá como objetivo coordenar e integrar as ações de defesa cibernética do Exército, Marinha e Aeronáutica. Será equipado com simuladores para exercício de guerra cibernética, laboratório para análise de artefatos maliciosos na rede e centro de tratamento de incidentes.
Gonçalves destaca duas características da guerra cibernética que dificultam as atividades de defesa. Uma delas é a assimetria, que faz com que uma força reduzida e bem treinada consiga causar danos em forças muito maiores. "Quanto mais sofisticada é a rede de um país, mais ela está suscetível a ataques cibernéticos", diz o coronel.
O outro elemento é a anonimidade, que prejudica a identificação do autor do ataque. Em geral, a agressão virtual é realizada por meio de computadores-zumbis, pertencentes a usuários comuns, que nem sabem que suas máquinas foram invadidas e estão servindo a outras pessoas. Leia abaixo os principais trechos da entrevista:
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